Repertório de Maria da Nazaré
Numa casa abandonada
Em ruínas, esburacada
Duma viela sombria
Foi encontrada sózinha
Uma guitarra velhinha
Foi encontrada sózinha
Uma guitarra velhinha
Dos tempos da fidalguia
Ninguém sabe de quem era
Seria até da Severa
Ninguém sabe de quem era
Seria até da Severa
Dum fidalgo, dum rufia
Essa guitarra encontrada
Numa casa abandonada
Essa guitarra encontrada
Numa casa abandonada
Às portas da Mouraria
Velha guitarra
Abandonada e escondida
Naquela casa bizarra
Da Mouraria esquecida
Ai quem me dera
Ouvir-te trinar agora
O fadinho rigoroso
Como nos tempos de outrora
Mas quando a noite está calma
E não se ouve viv'alma
Velha guitarra
Abandonada e escondida
Naquela casa bizarra
Da Mouraria esquecida
Ai quem me dera
Ouvir-te trinar agora
O fadinho rigoroso
Como nos tempos de outrora
Mas quando a noite está calma
E não se ouve viv'alma
Alguém diz, sem fantasia
Que naquela casa, então
Se ouve estranha canção
Que naquela casa, então
Se ouve estranha canção
Em dolente melodia
É talvez o choro de alguém
Que do etéreo além
É talvez o choro de alguém
Que do etéreo além
Soluçando em voz sentida
Assim canta tristemente
Com saudades, certamente
Assim canta tristemente
Com saudades, certamente
Dessa guitarra perdida