Repertório de Amália
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
É ou não é, que o «dar de beber à dor»
É o motivo ao dispor para andar de grão na asa
Diz a mulher ao marido – sim senhor
A dares de beber à dor
Vens sempre aos esses p’ra casa
Responde aquele, meio a rir e meio a sério
Para que é esse despautérioe tanta ferocidade
Fica sabendo que beber e conseguir fazer ésses sem cair
É já grande habilidade
Digam lá se é – assim ou não é
Ai não, não é – ai não, não é
Digam lá se é – assim ou não é
Ai não, não é – pois é
É ou não, é que um velho que à rua saia
Mas se voltasse de repente a rapazote
Acharia que o saiote é muitíssimo comprido
É ou não, é que faz confusão à gente
O talento de repente com isto da nova era
Aborreceu-se de que não pudessem vê-lo
E transformasse em cabelo comprido e até em pera
É ou não é, com reforma ou sem reforma
Não tinha aparecido a forma para o povo estudar mais
O Totobola, nisso foi o mais famoso
Fez o país estudioso da fronteira até Cascais
É ou não é, bondosa a Humanidade
Todos sabem que a bondade éque faz ganhar o céu
Mas a verdade nua sem salamaleque
Que tive de aprender é que
Ai de mim se não for eu