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QUE ME DIZEM?
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O ardinita

Mote popular / Glosa de Linhares Barbosa / Popular *fado corrido*
Repertório de Fernando Maurício


Ó minha mãe, minha mãe
Ó minha mãe minha amada
Quem tem uma mãe tem tudo
Quem não tem mãe, não tem nada

O ardinita, o João 
Levantou-se muito ledo
Porque tinha que estar cedo 
À porta da redação
Trincou um naco de pão 
Que lhe soube muito bem
Antes de partir, porém
Beija a mãe adormecida
E disse: cá vou à vida
Ó minha mãe, minha mãe

A mãe com todo o carinho 
Deitou-lhe a benção, beijou-o
E depois aconselhou 
Sempre muito juizinho
Toma conta no caminho 
Não fumes, não jogues nada
Pode ficar descansada 
Diz ele, prá iludir
E tornou-se a despedir
Ó minha mãe, minha amada

Cruzou toda a Madragoa 
Satisfeito a assobiar
Uma marcha popular 
Do Santo João em Lisboa
Nisto pensou; é tão boa 
A minha mãe... e contudo
Como a engano, a iludo 
E lhe minto, coitadinha
Gramo tanto essa velhinha
Quem tem uma mãe tem tudo

Neste calão repelente 
Da gíria da malandragem
Existe um quê de homenagem 
Nessa boquita inocente
Marcha pró jornal, contente 
Sempre d’alma levantada
E como o calão lhe agrada 
Repete, como eu a gramo
Tanto lhe quero, tanto a amo
Quem não tem mãe não não nada