Repertório de Tristão da Silva
A rede posta a secar
A fim de voltar à lida
Cada vez que a lanço ao mar
Lanço nela a minha vida
Mas não julguem que me queixe
Ou me assusta a profissão
De ir ao mar buscar o peixe
De ir ao mar buscar o peixe
Para ter na terra o pão
É constante o sobressalto
Pelo risco de ir ao fundo
É constante o sobressalto
Pelo risco de ir ao fundo
E não voltar
Mas antes quero o mar alto
Que andar nas bocas do mundo
Mas antes quero o mar alto
Que andar nas bocas do mundo
Lá no mar, a vida dói, custa a levar
Porque o mar é falso
E além de falso é vário
Mas cá na terra é que foi
E não no mar, erguido o calvário
Já ouvi mais que uma vez
Mas cá na terra é que foi
E não no mar, erguido o calvário
Já ouvi mais que uma vez
Ao falar-se do passado
Que do pranto português
Que do pranto português
Foi que o mar ficou salgado
Mas foi o mar que nos trouxe
Mas foi o mar que nos trouxe
O respeito universal
E fez com que a gente fosse
E fez com que a gente fosse
Nação valente e imortal
