Repertório
de Manuel de Almeida
Enxerto da versão integral
Não peço a Deus melhor sorte
Que ouvir as minhas cantigas
Na hora da minha morte
Nos lábios das raparigas
Para justo cumprimento
Do que penso eternamente
Declaro solenemente
Que este é o meu testamento
Eu não quero um monumento;
Mas que um coval me comporte
Ao pé do lobo mais forte
Que haja no topo da serra;
Mas se for na minha terra
Não peço a Deus melhor sorte
E tu, mulher, só desejo
Que não perturbes meu sonho
Só quero o teu abandono
Dado o teu ultimo beijo;
E alegre como te vejo
Te veja sempre de sorte
Que tendo sido o meu norte
Na luta do dia a dia;
Sejas a minha alegria
Na hora da minha morte
Versão completa
Extraída do livro do poeta editado pelaAcademia da Guitarra Portuguesa e do Fado
Não peço a Deus melhor sorte
Que ouvir as minhas cantigas
À hora da minha morte
Nos lábios das raparigas
Para justo cumprimento
Do que penso eternamente
Declaro, solenemente
Que é este o meu testamento;
Não quero nenhum monumento
Mas que um coval me comporte
Ao pé do roble mais forte
Que haja no topo da serra;
E se for na minha terra
Não peço a Deus melhor sorte
Quero sentir noutros mundos
A paz que procuro há tanto
Embalado pelo canto
Dos rouxinóis vagabundos;
Líricos mais que profundos
Modestos como as ortigas
Que as suas vozes amigas
Me falem do puro amor;
Dando-me enlevo maior
Que ouvir as minhas cantigas
Tu, minha santa, desejo
Que não perturbes meu sono
Só quero o teu abandono
Dado o teu último beijo;
E alegre, como te vejo
Não peço a Deus melhor sorte
Que ouvir as minhas cantigas
À hora da minha morte
Nos lábios das raparigas
Para justo cumprimento
Do que penso eternamente
Declaro, solenemente
Que é este o meu testamento;
Não quero nenhum monumento
Mas que um coval me comporte
Ao pé do roble mais forte
Que haja no topo da serra;
E se for na minha terra
Não peço a Deus melhor sorte
Quero sentir noutros mundos
A paz que procuro há tanto
Embalado pelo canto
Dos rouxinóis vagabundos;
Líricos mais que profundos
Modestos como as ortigas
Que as suas vozes amigas
Me falem do puro amor;
Dando-me enlevo maior
Que ouvir as minhas cantigas
Tu, minha santa, desejo
Que não perturbes meu sono
Só quero o teu abandono
Dado o teu último beijo;
E alegre, como te vejo
Te veja sempre, de sorte
Que tendo sido o meu norte
Na luta do dia a dia;
Sejas a minha alegria
À hora da minha morte
Mais quero que tu, Senhor
Fonte d’eterna bondade
Cales em mim a saudade
Nesse momento de dor;
Mas o mais alto penhor
Que te peço, é que bendigas
Os meus versos, e persigas
A minha última hora;
Fazendo-os vibrar, lá fora
Nos lábios das raparigas
Que tendo sido o meu norte
Na luta do dia a dia;
Sejas a minha alegria
À hora da minha morte
Mais quero que tu, Senhor
Fonte d’eterna bondade
Cales em mim a saudade
Nesse momento de dor;
Mas o mais alto penhor
Que te peço, é que bendigas
Os meus versos, e persigas
A minha última hora;
Fazendo-os vibrar, lá fora
Nos lábios das raparigas