José Gonçalez / João Gil
Repertório
de Cuca Roseta
Trago
na voz por encanto
Numa
mistura de canto
A tristeza, e a alegria
São versos dessa novela
São versos dessa novela
Onde
a alma se revela
Em forma de poesia
Trago
um cheiro a mar nos versos
Que ficam sempre dispersos
Que ficam sempre dispersos
No verde da felicidade
Que perdidos nas marés
Vêm morrer a meus pés
Que perdidos nas marés
Vêm morrer a meus pés
Como restos de saudade
Trago
os bairros de Lisboa
Embarcados na canoa
Embarcados na canoa
Desse Tejo enamorado
E trago fases de lua
Espalhadas pela rua
E trago fases de lua
Espalhadas pela rua
Como pedaços de fado
Sei que tenho aqui ao canto
Todo vestido d' espanto
O canto do coração
Já lhe chamaram lamento
Dor, tristeza, sofrimento
Chamo-lhe apenas paixão
Todo vestido d' espanto
O canto do coração
Já lhe chamaram lamento
Dor, tristeza, sofrimento
Chamo-lhe apenas paixão
Trago
uma tristeza breve
Quando a voz, em mim, se atreve
Quando a voz, em mim, se atreve
A roubar-me o coração
Mas é o canto da alma
Que embora triste, me acalma
Mas é o canto da alma
Que embora triste, me acalma
As noites de solidão
E
quando uma guitarra
Vai teimando ser amarra
Vai teimando ser amarra
Dos desejos prometidos
Convoco os búzios da praia
P’ra lançar na minha saia
Convoco os búzios da praia
P’ra lançar na minha saia
A sorte dos meus sentidos
E
volto a ser fantasia
E volto a ser alegria
E volto a ser alegria
Toda vestida d’espanto
Sou a voz dos meus poetas
Sou a voz dos meus poetas
Que encontram palavras certas
P’ra pôr nos fados que canto