Letra e música de Frederico de Brito
Repertório
de Tristão da Silva
Olha
lá, não faças troça
Por eu ter modos grosseiros
Se a vida é uma carroça
Temos que ser carroceiros
Se há na vida um mau encarte
Se há na vida um mau encarte
Embora a gente não queira
É um travão que se parte
É um travão que se parte
Ao princípio da ladeira
Qualquer desgosto
Qualquer desgosto
Incomoda às vezes mais
Do que um arreio mal posto
Do que um arreio mal posto
Que anda a fugir dos varais
Não faças troça
Não faças troça
Por eu ser desta maneira
Tem dó da minha carroça
Tem dó da minha carroça
E dá-lhe uma dianteira
Um homem apaixonado
Um homem apaixonado
Tem cegueiras, tem repentes
É um cavalo espantado
É um cavalo espantado
Que leva o freio nos dentes
Se a traição nos faz sofrer
Se a traição nos faz sofrer
É porque não é mais nada
Que uma grande chicotada
Que uma grande chicotada
Que a gente leva sem querer
- - -Versão publicada no jornal Guitarra de Portugal, n.º 22 (2.ª Série) de 1 de Maio de 1945.
Substancialmente diferente da versão cantada e gravada por
Tristão da Silva.
Eu sei que tu fazes troça
De eu ter um modo grosseiro
A vida é uma carroça
E eu fui sempre o carroceiro!
Por mais que a gente não queira
De eu ter um modo grosseiro
A vida é uma carroça
E eu fui sempre o carroceiro!
Por mais que a gente não queira
A má sorte ou mau encarte
É um travão que se parte
É um travão que se parte
Ao princípio da ladeira
Na vida, qualquer desgosto
Na vida, qualquer desgosto
Não nos incomoda mais
É um arreio mal posto
É um arreio mal posto
Que anda a sair dos varais
Quando o amor nos desperta
Quando o amor nos desperta
Logo a si nos traz sujeitos
É coelheira que aperta
É coelheira que aperta
E nos faz chagas nos peitos
Um homem apaixonado
Um homem apaixonado
Tem cegueiras, tem repentes
É um cavalo tocado
É um cavalo tocado
Que leva o freio nos dentes
Se a traição nos faz sofrer
Se a traição nos faz sofrer
É porque não é mais nada
Que uma grande chicotada
Que uma grande chicotada
Que a gente leva sem querer
Por isso, não faças troça
Por isso, não faças troça
Da minha forma grosseira
Tem dó da minha carroça
Tem dó da minha carroça
E dá-me uma dianteira