Cheio de não ter passado
Até o futuro se olvida
Tinha os gestos inocentes / Seus olhos riam no fundo
Mas invisíveis serpentes / Faziam-na ser do mundo
Aqui tudo é paz e mar / Que longe a vista se perde
Na solidão a tornar / Em sombra o azul que é verde
Tocavam no coração / Como invisíveis serpentes
Velas de inútil moinho / Um movimento sem lida
Nada explica nem consola / Tudo está certo depois
Mas a dor que nos desola / A mágoa de um não ser dois