Silvestre José / Armando Freire *alexandrino do estoril*
Repertório de José Guerreiro
Houve um fadista antigo, que só ouvi cantar
Canções
todas ligadas ao sítio onde nasceu
O
fado que ele cantou, nem sequer trautear
Escutei
uma só vez, porque ele mo escondeu
Cantava lindamente, de modo sóbrio e vário
Alguns
bem conhecidos, fados do Marceneiro
Usou
fato de ganga, a farda do operário
Era
o fado vadio, na voz de um serralheiro
Desse fadista antigo, seu fado eu ignorava
Um
ano e outro passa, lembro com devoção
Por
isso vou cantando, assim como
ele gostava
O peso da saudade, baila no meu coração
Fazer
com ele dueto, não me calhou em sorte
Tinha
sido bonito, cantarmos lado a lado
Há
muito que partiu, ao encontro da morte
Fiquei com a herança, dele, minha e do fado