João
Fernando / José Alberto
Repertório
de Afonso Oliveira
Sou
a margem dum povo
Que se encontra ao sul do Tejo
Vejo coisas noutras margens
Que no fundo não desejo
Vejo aves que se esgotam
Vejo peixes que não saltam
Vejo fumos que embalam
Incertezas que nos matam
Vejo bombas rebentarem
Vejo coisas noutras margens
Que no fundo não desejo
Vejo aves que se esgotam
Vejo peixes que não saltam
Vejo fumos que embalam
Incertezas que nos matam
Vejo bombas rebentarem
Com buracos d'incerteza
Vejo o mundo lamentar
Vejo o mundo lamentar
Tantas margens de pobreza
Oiço vozes que nos gritam
Oiço vozes que nos gritam
O porquê de tanta dor
Quantos tantos e outros tantos
Quantos tantos e outros tantos
Falam tanto de amor
Mas mesmo assim acredito
Mas mesmo assim acredito
Noutras margens de alegria
Em que o homem seja a força
Em que o homem seja a força
De cantar ainda um dia
Este fado que não é
Este fado que não é
Um clamor de tempestade
È sinfonia talvez
Ou um grito de amizade