No meu bairro de fadistas
Toda a gente canta o fado
Afirmam que sou gingão / E bailarino a cantar
Quem bebe e fala calão / Só canta o fado a gingar
Posso iludir o preceito / De cantar e estar parado
Mas não posso, não me ajeito / A ser estátua do fado
O jeito disfarça a voz / E eu quero manter de pé
O cachecol com dois nós / P’ra dar realce ao boné
Como o fado não tem lei / Eu p’ra ser franco e sincero
Canto o fado como sei / Como posso e como quero
Não vivo da imitação / Nem tiro a vez a ninguém