A Rosa da Mouraria
Frederico de Brito
/ Martinho d'Assunção
Repertório de Carlos
Ramos
Constou
pela Mouraria
Que
a Rosa ao saír de casa / Ia
quase como louca
E
a mostrar como sofria
Tinha
os olhos numa brasa / E
espuma ao canto da boca
Há
quem diga que o rapaz
Ainda lhe pediu à porta / Que
pensasse o que fazia
Ela
nem olhou p'ra trás
Parecia
que estava morta / Por
saír da Mouraria
Altas horas... lá dentro uma
luz enorme
Mostra bem que ele nem
dorme
Que nem descansar consegue
Até a porta que dantes estava
trancada
Fica apenas encostada
À espera que a Rosa chegue
Os
que ali passam, reparam
Na
falta que a Rosa faz / Vendo
os vasos na parede
As
sardinheiras secaram
E
até um cravo lilás / Caíu,
mortinho de sede
Mas
naquele triste dia
Em
que ocorreu esta cena / Contaram
tudo em voz alta
E
agora na Mouraria
Fala-se
à boca pequena / Que a Rosa faz muita falta