António José / Ferrer Trindade
Repertório de Fernanda Maria
O fado é irmão do povo / Já de longa tradição
Mas se veste um fato novo / Pode fazer um vistão
Não é preciso ser nobre / Não é preciso riqueza
Porque a casinha dum pobre
Nem sempre se cobre / De dor e tristeza
Nem só de falsas ternuras
E mil amarguras, ciúme ou pecado
Nem só nas tristes guitarras
Ou velhas samarras encontras o fado
Está sempre dentro da gente
E diz o que sente sem mágoa fingida
Está numa hora sombria
Que depois fica esquecida
Noutra hora de alegria o fado é vida
O fado é aquele segredo / Que não tem morada certa
Pode chegar tarde ou cedo / Que tem sempre a porta aberta
Está no virar duma esquina / Em tudo busca guarida
Tantas coisas nos ensina
E a todos domina / Porque o fado é vida