Carlos Conde / Popular *fado corrido*
Repertório de Maria Emília Ferreira
A virgindade na vida
Não é precisa p’ra nada
Há muita mulher perdida
Que toda a vida é honrada
À mulher que se perdeu
Não é precisa p’ra nada
Há muita mulher perdida
Que toda a vida é honrada
À mulher que se perdeu
O mundo não dá desculpa
Nem que ela tivesse a culpa
Nem que ela tivesse a culpa
Da sina que Deus lhe deu
Porque amou, sentiu, sofreu
Porque amou, sentiu, sofreu
Numa paixão desabrida
Foi por amor seduzida
Foi por amor seduzida
Não se perdeu por amor
Nem para mim tem valor
A virgindade na vida
Por amor ninguém pecou
Nem para mim tem valor
A virgindade na vida
Por amor ninguém pecou
De resto, o que o mundo diz
São preconceitos pueris
São preconceitos pueris
Tretas que o mundo inventou
A virgem também gerou
A virgem também gerou
E nunca foi acusada
De ter sido maculada
De ter sido maculada
Guardam-lhe até castidade
Neste mundo, a virgindade
Não é precisa p’ra nada
Se o prazer a honra agrava
Neste mundo, a virgindade
Não é precisa p’ra nada
Se o prazer a honra agrava
Mais vale a honra agravar
Ser escrava por amar
Ser escrava por amar
Do que amar e ser escrava
Que a honra jamais se lava
Que a honra jamais se lava
Diz a turba embrutecida
Mas quanta honrada fingida
Mas quanta honrada fingida
Das outras segue as pisadas
Porque entre as mais honradas
Há muita mulher perdida
Há mulheres que luxam bem
Porque entre as mais honradas
Há muita mulher perdida
Há mulheres que luxam bem
E outras que sofrem, serenas
Estas são filhas, apenas
Estas são filhas, apenas
Das penas que o mundo tem
Mas perdidas não, ninguém
Mas perdidas não, ninguém
Por prazer vai afoitada
Para a vida desregrada
Para a vida desregrada
Beijos e corpo vender
E ali há muita mulher
Que toda a vida é honrada
E ali há muita mulher
Que toda a vida é honrada