Fernando Campos de Castro / Maria da Luz Castro e Silva
Repertório de Arlindo de Oliveira
Deixai ouvir livremente
Uma guitarra dolente
Na viela mais sombria
Deixai ouvir por favor
A gemer notas de dor
Entre copos de sangria
Deixai ouvir as guitarras
Essas cordas que são garras
A magoar-nos por dentro
Deixai ouvi-las e vêde
A gritar que têm sede
Nos rios do sofrimento
Silêncio deixai ouvir
As guitarras a carpir
Quando à noite estamos sós
Deixai ouvir o trinado
Esse choro desgarrado
Que é choro de todos nós
Deixai ouvir os fadistas
Guitarras e guitarristas
A gemer tudo o que fomos
Deixai-os porque eles são
Pedaços do coração
Do povo grande que somos