Repertório de Alcindo de Carvalho
Quando passo á Cruz da Pedra, ai Jesus
Lembro sempre um coração
Coração de pedra dura, emotivo
Sem perdão da minha cruz
É d’alguém que me despreza
E foi ele que me trouxe
Esta cruz que arrasta e pesa
Esta cruz que arrasta e pesa
Tal qual se de pedra fosse
Coração de pedra dura é o teu
Pois nada sente
Vai daí por desventura inclemente
Tem-me gasto o coração;
Como as águas da corrente
Gastam as pedras do chão
É mais rijo do que a pedra, para mim
Esse teu cruel desdém
Mas eu sei que não há pedra a que o tempo
Mal ou bem não ponha fim
Se o tempo tem bruxedo
Coração de pedra dura é o teu
Pois nada sente
Vai daí por desventura inclemente
Tem-me gasto o coração;
Como as águas da corrente
Gastam as pedras do chão
É mais rijo do que a pedra, para mim
Esse teu cruel desdém
Mas eu sei que não há pedra a que o tempo
Mal ou bem não ponha fim
Se o tempo tem bruxedo
Tudo apaga, tudo extingue
E algum dia, tarde ou cedo
E algum dia, tarde ou cedo
Eu hei-de ter quem me vingue