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As 7.525 letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os criadores dos temas aqui apresentados.
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Tenho vindo a publicar letras (de autores que já partiram) sem indicação de intérpretes ou compositores na esperança de obter informações detalhadas sobre os temas.
<> 7.525 LETRAS <> 3.530.000 VISITAS <> OUTUBRO 2024 <>
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50 anos depois

*A Casa da Mariquinhas*
Letra de Silva Tavares
Escrita para o repertório de Alfredo Marceneiro cerca de 1913
Versos transcritos do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado


A casa da Mariquinhas
Perdeu metade da graça
Tiraram-lhe as tabuinhas
E da guitarra, nem traça

O fado, canção dorida,
Já lá não tem “cabidela”
E já nenhuma atrevida
Chama por nós da janela

Grotescos, hirtos, parranos
Nas paredes do salão
Em vez dos quadros maganos
Há retratos a carvão

Vive lá hoje um casal
E ela, a mulher, é bem bela
Mas ele é que, por seu mal
Podia ser avô dela

Vistosa, muito garrida
Sem domínio nem conselho
Passa metade da vida
Entre a janela e o espelho

E há razões para temer
Ao que rosnam as vizinhas
Que a casa ’inda torne a ser
A casa da Mariquinhas

A Casa da Mariquinhas só veio a ser por ele gravada em disco em 
1960 no LP The Fabulous Marceneiro, Columbia, com acompanhamento 
à guitarra de Francisco Carvalhinho e à viola de Martinho d’Assunção.

Alfredo Marceneiro não se limitou a cantar e a gravar “A Casa da Mariquinhas”. 
Fazendo jus ao seu cognome, construiu uma magnífica casa em madeira
à escala 1:10, na qual, com incrível pormenor, podemos ver as famosas 
janelas com tabuinhas, bem como os objectos descritos por Silva Tavares: 
as colunas com jarra, os quadros de gosto magano, a guitarra, o cofre forte.

Esta notável construção de Alfredo Marceneiro encontra-se em exposição 
no Museu do Fado, em Lisboa.