Repertório
de Marina Mota
Quis
beber um beijo verde
Nos
olhos de minha mãe
E
bebi só por ter sede
O
vinagre que se bebe
Quando
nada sabe bem
Quis
infinitos de nada
Onde
tudo era finito
Quando
rasguei a alvorada
Em
navalhadas de grito
Da
minha raiva afiada
Quis
afogar uma estrela
Nos
rios que vou criando
Se
a tive, sei lá dela
No
céu há sempre uma estrela
Nos
olhos de mãe chorando
Quis
brindar à vida nova
Que
meus sonhos prometiam
Fiz
contas, tirei a prova
E
vi aos pés uma cova
Que
meus próprios pés abriam
Fonte
verde, fonte verde
Ó
minha mãe de ninguém
Quem
te teve, quem te perde
Quem
te beija, quem te bebe
Quando
nada sabe bem