O fado na academia
Daniel Gouveia / Luís
Penedo *fado alcainça*
Repertório
de Daniel Gouveia
Chamo-me
Fado, meus senhores
Sou
devotado aos meus valores
Cantar
é lei que eu adoptei como brasão
Moro
num beco, ainda visto
À
papo-seco e não resisto
A
um bom tinto, quando sinto inspiração
Bem
me consola uma guitarra
Uma
viola dá-me garra
Enche-me
o peito, de tal jeito que arrepia
Com
o meu trinar, de alma a sorrir
Faço
chorar e, a seguir
Qualquer
tormento ou desalento se alivia
Já
tenho idade mas sou moço de à-vontade
Quer
na alta sociedade
Quer
na tasca mais ruim
Sou
bem tratado por poetas, por cantores
Pessoas
como os senhores
Que
é que querem... sou assim
Na
companhia do Seixas e do Penedo
Do
Chico e Raul Semedo
Sou
amado, sou feliz
E
há o Coutinho , o Louro e mais companheiros
Sem
esquecer "Os Feiticeiros"
Desde
o Mestre ao Aprendiz
E,
de Coimbra, todo o grupo das saudades
Da
Sé Velha, Faculdades
Capas
negras, o Choupal
Com
o Segismundo, o Pracana, o João Machado
E vós todos a meu lado
Faço
vibrar Portugal
Não
morrerei enquanto a meta
Que
marquei p'ró lisboeta
For
estilar como a Severa bem sabia
Contem
comigo p'ró futuro
E
aqui vos digo: estou seguro
Não há perigo; até já tenho Academia