José
Fernandes Badajoz / Duarte Machado
Repertório
de Nuno de Aguiar
Mal
rompe a madrugada
Ponho ao ombro a minha enxada
Vou p'ró campo trabalhar
É assim a minha lida
É assim a minha lida
Porque gosto dessa vida
Nunca a poderei deixar
Quem no campo labutar
É que sabe avaliar
O que custa a nossa arte
Quem o trabalho conhece
Quem o trabalho conhece
Vê que o cavador merece
Elogio em toda a parte
O pobre
trabalhador
Passa a vida atribulada
Desde manhã ao sol-pôr
A puxar pela enxada
Sempre, sempre a trabalhar
É assim nosso
viver
Se não podemos ganhar
Já não temos de
comer
Há
quem diga por supor
Que o pobre trabalhador
É rude e não sabe nada
Que é uma ideia embrutecida
Pois somente leva a vida
Que é uma ideia embrutecida
Pois somente leva a vida
A puxar pela enxada
Sabemos compreender
Que é bonito saber ler
Que é bonito saber ler
E que é bom ser educado
A sorte é que nos ilude
Mas não tem nada ser rude
A sorte é que nos ilude
Mas não tem nada ser rude
Para ser homem honrado