Letra e
música de Carlos Paião
Repertório
de Pedro Vilar
Texto declamado
Um
dia falei de sonhos
Quem sonhou que vivia
Passou por dias risonhos
Mas, no fundo, não sabia
Andou nas sombras da vida
Atrás da vida banal
Perdeu o amor à partida
Perdeu o amor à partida
Nada ganhou no final
Amigos que tem, são poucos
Ninguém lhe empresta calor
Porque ele chora e os outros
Porque ele chora e os outros
Não querem saber da dor
Olhei para tudo e vi
Os sonhos que não viveu
Chorei, quando percebi
Chorei, quando percebi
Que o sonhador era eu
Ai... há quanto tempo
Ai... há quanto tempo
Foi que o mundo me largou
E deste lado
E deste lado
Vejo o sol que me arrastou
Há quanto tempo fico assim
Há quanto tempo fico assim
Olhando o sonho atrás de mim
E vendo cada dia
E vendo cada dia
A aproximar-me mais do fim
Deus... com quantos braços
Deus... com quantos braços
Trabalhei a vida inteira
Que tenho eu hoje
Que tenho eu hoje
Que mereça tal canseira
Não tenho nada do que quis
Não tenho nada do que quis
Onde ficou tudo o que fiz
Será que já não posso ter
Será que já não posso ter
Esperança em ser feliz
Enquanto o sonho é louco
Enquanto o sonho é louco
Não há horas p'ra pensar
Agora o tempo é pouco
Só me resta recordar
Os anos em que a vida era um prazer
E o sonho não parava de crescer;
Eu era fadista nos momentos de lazer
Cantava um fadinho p'ra esquecer
Ai... agora é tarde
Os anos em que a vida era um prazer
E o sonho não parava de crescer;
Eu era fadista nos momentos de lazer
Cantava um fadinho p'ra esquecer
Ai... agora é tarde
P'ra vencer a solidão
De nada serve ter
De nada serve ter
Um verso em cada mão
Não quero a pena de ninguém
Não quero a pena de ninguém
A culpa é minha, eu sei-o bem
Somente gostaria
Somente gostaria
De sentir-me sempre alguém
Enquanto o sonho é louco
Enquanto o sonho é louco
Não há horas p'ra pensar
Agora o tempo é pouco
Agora o tempo é pouco
Só me resta recordar;
Os anos em que a vida era um prazer
Cantando um fadinho p'ra esquecer
Os anos em que a vida era um prazer
Cantando um fadinho p'ra esquecer
E o sonho não parava de crescer