Maria
Rosário Pedreira / José António Sabrosa
Repertório
de Carminho
Vem
essa coisa qualquer
Como
seta despedida
Direita
ao meu coração
E
eu choro e rio sem querer
Nunca
de mim tão perdida
Pobre
de mim tão sem chão
Que
luz è essa que cega
Que
desatina, atordoa
Que
vem de dentro e m’invade
Que
me transforma se chega
Mas
quando parte, magoa
Num
alívio e saudade
Vem
essa coisa tão estranha
Dar-me
um laço que desprende
Uma
doçura que amarga
E
eu pequenina e tamanha
Num
corpo que não se rende
A
uma estreiteza tão larga
Que
graça è essa tão séria
Que
corrói até ao osso
E
me arde de tão fria
Dá-me
tudo, até miséria
Vem
meu amor que eu não posso
Viver assim mais um dia