Letra e
música de Miguel Araújo
Repertório
de António Zambujo
De
manhã cedinho eu salto do ninho
E vou prá paragem
De
bandolete, à espera do sete
Mas não p’la viagem
Eu
bem que não queria
Mas um belo dia vi-o passar
E
o meu peito céptico
Por
um pica de eléctrico
Voltou a sonhar
A
cada repique que soa do clique
Daquele alicate
Num modo frenético
O
peito que é céptico, toca a rebate
Se
o trem descarrila
O
povo refila e eu fico no sino
Pois
o mero trajeto
No
meu caso concreto é já o destino
Ninguém acredita
No estado em que fica o meu
coração
Quando o sete me apanha
Até acho que a senha me
salta da mão
Pois na carreira desta vida
vã
Mais nada me dá
A pica que o pica do sete
me dá
Que
triste fadário
E que itinerário tão infeliz
Cruzar
meu horário
Com
o dum funcionário dum trem da Carris
Se
eu lhe perguntasse
Se
tem livre passe pró peito de alguém
Vá-se
lá saber
Talvez eu lhe oblitere o peito também