Coelho Júnior / Resende Dias
Repertório de Florência
Texto declamado
Sou a Maria tripeira, como todas as Marias da cidade
A Maria da Sé, Maria da Ribeira, Miragaia ou Bonfim
Porque afinal, toda a Maria tripeira
É uma Maria igual a
mim
É a Maria que se levanta de madrugada
Para o trabalho do dia a dia
Para o trabalho do dia a dia
Alegre, azougada, na boca uma cantiga sadia
Que aquece a madrugada se a madrugada é fria
Sempre a mesma Maria
Maria das Fontaínhas, do Bom Sucesso, do Bolhão
E em todas as Marias há sempre o mesmo coração
É o coração da Maria tripeira
Aberto e generoso à desgraça alheia
Aberto e generoso à desgraça alheia
E se é preciso fazer bem a alguém
Esta Maria não espera por ninguém
Esta Maria não espera por ninguém
É sempre a primeira, ou não fosse ela a Maria tripeira
É assim a Maria do Porto que tem por trabalho, brasão
Ama a todos por igual e traz o Porto no coração
É assim esta Maria desta invicta cidade
Que gosta de ser livre e ama a liberdade
Mas a sua liberdade, com ordem e alegria a rodos
Com paz e trabalho para todos
Mas se maus ventos soprarem
De quadrantes que o povo não
quer
Mesmo que a ventania venha de longe e agreste
Não tenhas medo, Lisboa
Não tenhas medo, Lisboa
Porque o vento cá do Norte
Tem mais força que o de Leste
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Sou assim desta maneira / Sou do Porto pois então
Sou a Maria tripeira / A Maria do Bolhão
Pulsa dentro do meu peito / Um sincero coração
Que só fica satisfeito / Se todos tiverem pão
Maria
Tripeira
Da Sé, da Ribeira, de toda a cidade
Da Sé, da Ribeira, de toda a cidade
Maria mulher que sabe o que quer
Paz e liberdade
Paz e liberdade
Maria
Tripeira
Esperança fagueira que todos, um dia
Esperança fagueira que todos, um dia
Se dêem
as mãos e sejam irmãos
Na paz e alegria
Na paz e alegria
No 31 de Janeiro / Lutando com fé ao rubro
O nosso burgo tripeiro / Fez nascer 5 de Outubro
Foi neste Porto cidade / Que nasceu um grito novo
Foi a voz da liberdade / Na voz forte deste povo