Letra e
música de Hélder Moutinho
Repertório
do autor
Venho
de um tempo onde o tempo não havia
Quando
o azul do céu não nos queimava
E
a noite, antes de ser noite era dia
E
a tarde antes de ser, nunca tardava
Venho
de um tempo onde toda a solidão
Não
se sabia, meu amor, não se sabia
Era
mais clara a cor agreste da paixão
E
a desventura não havia, não havia
Tenho um poema que não
quero revelar
Seara brava, lua cheia,
quem me dera
Breve novembro onde
encontrei o teu olhar
Para me perder de uma só
vez na primavera
Rasguei
o medo de viver, rasguei a sorte
Provei
o fel das minhas mágoas e fracassos
Pedi
à vida para viver até à morte
Pedi
à morte para matar os meus cansaços
Não
inventei de uma só vez esta distância
Não
entendi de uma só vez o entendimento
A
nossa vida é muito mais que a nossa infância
A
nossa morte é muito mais que o sofrimento