Repertório de Alzira Afonso
Não
seja a noite a perder-te
Pelos
caminhos mais densos
Nem
venhas amor tão tarde
Que
os meus sentidos suspensos
Só
desejam acender-te
Neste
fogo que em mim arde
Não
deixes que os medos prendam
Nem
que se arrastem na lama
Nesta
hora os teus desejos
Deixa
que as bocas se rendam
No
mar aberto da cama
Sob
um naufrágio de beijos
Não
fiques amargurado
Nem
julgues ser fantasia
Se
ouvires dizer que morreu
O
meu corpo abandonado
Cansado
na noite fria
D’esperar
pelo corpo teu
Corpo
gelado e sem sono
Que
quase já não resiste
Sobre
o lençol já desfeito
Corpo
sem alma e sem dono
Por
dentro da noite triste
Sem
nada dentro do peito