Repertório de Tonicha
Quem me dera o velho gosto do cozido
Como dantes se fazia
Quando a gente enchia o nosso próprio enchido
Quando a gente enchia o nosso próprio enchido
Ai que bem que me sabia
Como dantes se fazia
Quem me dera ainda aquele pão caseiro
Quem me dera ainda aquele pão caseiro
Que bom cheiro que ele tinha
Quando a gente então passava p'lo padeiro
Quando a gente então passava p'lo padeiro
De manhã, de manhãzinha
Ai que gosto que a comida tinha outrora
Ai que gosto que a comida tinha outrora
Ai que gosto que nos dava então comê-la
Porque agora em vez de gosto
Tem um preço que por subir de hora a hora
Já nem dá vontade vê-la
Quem me dera que a batata ainda tivesse
Sendo nova. o gosto antigo
E ao casar com o bacalhau então pudesse
A gente cá chamar-lhe um figo, ao gosto antigo
Quem me dera ter alfaces bem verdinhas
Mas são quasi clandestinas
Pois agora nestas hortas alfacinhas
Só lá cheira a pesticidas
Quem me dera que soubesse o carapau
Como dantes me sabia
E pensar que agora sei já não ser mau
Não saber a porcaria, como dantes não sabia
Quem me dera fosse puro o meu azeite
Como era antigamente
Quando a vaca já nem gosto põe no leite
Com franqueza, francamente
Já nem dá vontade vê-la
Quem me dera que a batata ainda tivesse
Sendo nova. o gosto antigo
E ao casar com o bacalhau então pudesse
A gente cá chamar-lhe um figo, ao gosto antigo
Quem me dera ter alfaces bem verdinhas
Mas são quasi clandestinas
Pois agora nestas hortas alfacinhas
Só lá cheira a pesticidas
Quem me dera que soubesse o carapau
Como dantes me sabia
E pensar que agora sei já não ser mau
Não saber a porcaria, como dantes não sabia
Quem me dera fosse puro o meu azeite
Como era antigamente
Quando a vaca já nem gosto põe no leite
Com franqueza, francamente