Letra
e música de Daniel Gouveia
Repertório
de José da Câmara
Lisboa,
minha Lisboa
Às
vezes boa, às vezes má
Dás
abrigo a tanta gente
Que
a gente sente não ser de cá
Lisboa,
minha Lisboa
Teu
fado soa a dor e saudade
E
entre tanto pandemónio
Já
é Património da Humanidade
Tens mil casinhas às cores
Jardins com flores
Da Cultura um Centro em Belém
Nos passeios há vidrão
Pilhão,
papelão
E cocó de cão, também
Deslumbras com belas vistas
Milhões de turistas
Que comem pastéis de Belém
E azulejos tão bonitos
Que uns
selvagenzitos
Borram com grafitos, também
Lisboa,
minha Lisboa
Às vezes boa, às vezes má
Parece
que uma pessoa
Se sente à toa ao deus-dará
Lisboa, minha Lisboa
Fazes com que doa a nossa cabeça
Com
mil carros em manobras
Buracos e obras em cada travessa
Tens
Pessoa e os heterónimos
Até os Jerónimos
E
a famosa Torre em Belém
Sem
magalas nem sopeiras
Docas sem peixeiras
Mas
com bebedeiras, também
Há
por cá um Presidente
Que
preside à gente
E é residente em Belém
Mas
num palácio em São Bento
Tens
um Parlamento
Sem entendimento, também
Lisboa,
minha Lisboa
Às vezes boa, às vezes má
Tanto
contraste é a prova
De seres velha e nova
De
há séculos pra cá
Qualidades
e defeitos
São marcas, são jeitos de uma tradição
P’ra
mim serás sempre boa
Lisboa, Lisboa do meu coração