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Virtudes do fado

Letra e música de Artur Machado
Repertório de Rui de Mascarenhas

O fado é trova singela 
Nascida da natureza
É das canções, a mais bela 
Desta terra portuguesa

É chama que nos anima 
E nos domina sem tirania
É o farol que ilumina 
E nos incita a ter valentia

Viajou nas caravelas 
Foi companheiro de Gama e Cabral
Tem páginas das mais belas 
Na grande história de Portugal

E será eternamente 
Canção dolente, sentimental
Como um sol que nos aquece 
E alumia a terra natal

É a canção mais bizarra 
Das que andam pelo mundo
E quando vibra á guitarra 
Tem um sabor mais profundo

O seu perfume embriaga 
E nos afaga com devoção
Terás como melhor paga 
Sempre lugar no meu coração

Passeou pelas vielas
Tendo chegado até aos salões
Quebrou peias e cancelas 
Dando conforto até nas prisões

Tu és o canto divino 
De projeção universal
Tens valor e tradição 
E a tua fama é imortal

Inspirou grandes artistas 
P'ra quadros cheios de graça
É cantado por fadistas 
E por fidalgos de raça

Teu passado glorioso 
É bem honroso e tem esplendor
E o teu cantar mavioso 
É chama acesa que inspira amor

O teu futuro é brilhante 
Nunca terás no mundo rival
Aguarda pois, confiante 
Ó filho amado de Portugal

Tens fibra e galhardia 
Dum nobre povo, honrado e valente
Não te falta valentia 
Para lutares de frente a frente