Repertório de Margarida Bessa
Essa gente que se acende
Que conversa com o gado
Que come pão amassado
Que come pão amassado
Com fermento de luar
Essa gente que me entende
Essa gente que me entende
Sai de noite para a vida
Volta sem vida p'ró lar
Nasce como um Potro no cercado
Chora sem saber porque chorar
Compra uma navalha no mercado
A pensar que amanhã se irá vingar
Bebe o vinho novo com prazer
Compra umas cabeças na Golegã
Diz que brevemente há-de chover
E que a miséria virá como a tercã
Parte a mondar arrozais
Volta sem vida p'ró lar
Nasce como um Potro no cercado
Chora sem saber porque chorar
Compra uma navalha no mercado
A pensar que amanhã se irá vingar
Bebe o vinho novo com prazer
Compra umas cabeças na Golegã
Diz que brevemente há-de chover
E que a miséria virá como a tercã
Parte a mondar arrozais
E a boca sabe-lhe a lodo
Ama a charneca a seu modo
Ama a charneca a seu modo
Dorme com ela na eira
Essa gente que me entende
Essa gente que me entende
Enfrenta a sorte ao nascer
E morre em dia de feira
Larga na lezíria a raiva antiga
E a raiva morre longe e não se arranca
Um dia vai perder sonhos e vida
E morrer duma cornada em Vila Franca;
Bebe o vinho novo com prazer
Compra umas cabeças na Golegã
Diz que brevemente há-de chover
E que a miséria virá como a tercã
E morre em dia de feira
Larga na lezíria a raiva antiga
E a raiva morre longe e não se arranca
Um dia vai perder sonhos e vida
E morrer duma cornada em Vila Franca;
Bebe o vinho novo com prazer
Compra umas cabeças na Golegã
Diz que brevemente há-de chover
E que a miséria virá como a tercã