Fernando Tordo / António Victorino de Almeida
Repertório de Carlos do Carmo
Pela manhã vi
Como dormem os silêncios
Nesse sono intranquilo, invulgar
Nesse sono intranquilo, invulgar
Feito de tantos cuidados
E na ternura
E na ternura
Do meu quarto da loucura
Faço um fado de três tempos
Faço um fado de três tempos
Andamentos acordados
Visto a vontade
Visto a vontade
Saio à rua, já é tarde
Estou em mim ou na cidade?
Será que o tempo parou?
Mas só agora
Será que o tempo parou?
Mas só agora
É que eu tenho a luz do dia
Sou a manhã da tarde
Sou a manhã da tarde
Em que a noite se fez
Pois só agora
Pois só agora
É que a voz me faz sentido
Canto e já não estou perdido
Canto e já não estou perdido
Por ser de noite
Pela manhã vi
Como dormem os silêncios
Nesse sono intranquilo, invulgar
Nesse sono intranquilo, invulgar
Feito de tantos cuidados
E na inocência
E na inocência
Do meu quarto da demência
Faço um fado de três tempos
Faço um fado de três tempos
Andamentos acordados
Visto a vontade
Visto a vontade
Saio à rua, já é tarde
Estou em mim ou na cidade?
Será que o tempo parou?
Procuro o sol
Estou em mim ou na cidade?
Será que o tempo parou?
Procuro o sol
Da meia-noite desta tarde
Sou do fado ou da cidade?
Ou apenas de onde estou?
Chegou a hora
Sou do fado ou da cidade?
Ou apenas de onde estou?
Chegou a hora
De contar a luz do dia
Pelo relógio das horas
Pelo relógio das horas
Que o fado fez
Pois só agora
Pois só agora
É que a voz me faz sentido
No meu tempo desmedido
No meu tempo desmedido
Por ser da noite
Já está na hora
Já está na hora
De cantar a luz do dia
Pelo relógio da noite
Pelo relógio da noite
Que o fado fez
Chegou a hora
Chegou a hora
Desta voz fazer sentido
Sou do fado ou estou perdido
Noite outra vez
Sou do fado ou estou perdido
Noite outra vez