Ovelha negra
João Dias / Jaime Santos *fado alvito*
Repertório de Beatriz da Conceição
Chamaram-me ovelha negra
Por não aceitar a regra
De ser coisa em vez de ser
Rasguei o manto do mito
E pedi mais infinito
Na urgência de viver
Caminhei vales e rios
Passei fomes, passei frios / Bebi água dos meus olhos
Comi raízes de dor
Doeu-me o corpo d'amor / Em leitos feitos de escolhos
Cansei as mãos e os braços
Em negativos abraços / De que a alma, foi ausente
Do sangue das minhas veias
Ofereci taças bem cheias / À sede de toda a gente
Arranquei com os meus dedos
Migalhas de grãos, segredos / Da terra, escassa de pão
E foi por mim que viveu
A alma que Deus me deu / Num corpo feito razão