E na manhã que há-de vir
O dia que madrugava
Vi chuva no trigo loiro / E sede nos arrozais
Vi correr atrás do oiro / E ficar pobre demais
Vi gente dormir na lama / Com tanto amor de sobejo
E outros, que tendo cama / Nunca tiveram um beijo
Vi quem, vivendo de dores / Inveja quem já morreu
E desgraçados maiores / Muito maiores do que eu