Repertório de Ana Laíns
Não sei se parta se fique
Da morte não espero nada
Vou mas é fazer-me à estrada
Andar co'a vida ao despique;
Vou mas é fazer-me à estrada
Andar co'a vida ao despique;
E sobretudo no Entrudo
Manter a cara lavada
A cantar à desgarrada
A cavalo numa espiga
A cavalo numa espiga
Se assim quiser a cantiga;
E bailar e fazer pose
E bailar e fazer pose
No prato do arroz doce
P’ra alegrar a madrugada
Vou mas é fazer-me à estrada
P’ra alegrar a madrugada
Vou mas é fazer-me à estrada
Da morte não espero nada
Não sei se entenderam bem
Não sei se entenderam bem
Não é uma brincadeira
A história, se é verdadeira
A história, se é verdadeira
Dá sempre aquilo que tem;
A fantasia escondida
A fantasia escondida
De qualquer coisa perdida
Não sei se fico, se vou
Não sei se fico, se vou
Eu já nem sei onde estou;
Com tanta hora de estrada
Com tanta hora de estrada
Eu já nem sei estar parada
E se oiço um assobio
E se oiço um assobio
Continuo, mas sorrio
Vou mas é fazer-me à estrada
Vou mas é fazer-me à estrada
Da morte não espero nada
Não sei quem veio acudir
Não sei quem veio acudir
Ouço contar uma história
Com voz de pai ou de mãe
Com voz de pai ou de mãe
Ao pé de mim está alguém
E nunca é a fingir
E nunca é a fingir
Quando estou quase a dormir;
Chegado o tempo das mágoas
Chegado o tempo das mágoas
Com as luzes apagadas
Eu olho o mundo daqui
Eu olho o mundo daqui
E que lindo que ele é
E ao vê-lo eu sinto até
E ao vê-lo eu sinto até
Que já morria por ti
Vou mas é fazer-me à estrada
Vou mas é fazer-me à estrada
Da morte não espero nada