António Sala
Prometi a mim mesmo escrever um fadinho
Mas não sei como vou começar
Vai dali a guitarra, vai daqui a viola
E depois cá vai disto, é cantar
Mas sei pouco de fado, sei que gosta de vinho
Em que estamos de acordo p'ra já
Dizem que é refilão, tem ar de engatatão
E só gosta que o chamem de pá
Fado vadio, crescido na rua, nas noites lá no Coliseu
Fado malandro, poeta da noite, conheces mais ruas do que eu
Fado sem fato, que perdeste a gravata
Fugiste p'ra um beco em Cascais
Vais á Boite e acompanhas o Rock
Meu grande safado... és demais
Prometi a mim mesmo escrever um fadinho
E não sei como vou terminar
Vou tirar-lhe a guitarra, vou sacar-lhe a viola
Mas o fado não se sabe calar
Está no passo gingão, na varina atrevida
Nas ginginhas tomadas de pé
Está nas musas do Tejo, nas miúdas que eu vejo
E nas cenas canalhas, até