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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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* 7.280' LETRAS <> 3.120.500 VISITAS * MARÇO 2024 *

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Canoas do Tejo

Letra e música de Frederico de Brito 
Repertório de Carlos do Carmo 

Canoa de vela erguida 
Que vens do cais da ribeira 
Gaivota que andas perdida 
Sem encontrar companheira 

O vento sopra nas fragas 
O sol parece um morango 
O Tejo baila co'as vagas
 A ensaiar um fandango 

Canoa... 
Conheces bem 
Quando há norte pela proa 
Quantas docas tem Lisboa 
E as muralhas que ela tem 
Canoa... 
Por onde vais 
Se algum barco te abalroa 
Nunca mais voltas ao cais 
Nunca, nunca, nunca mais 

Canoa de vela panda 
Que vens da boca da barra 
E trazes na aragem branda  
Gemidos duma guitarra 

Teu arrais prendeu a vela 
E se adormeceu, deixá-lo 
Agora muita cautela 
Não vá o mar acordá-lo

Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*

Eis outro fado que entrou no ouvido de toda a gente e no repertório fadístico de
inúmeros amadores e profissionais.
Tornou-se imprescindível nos espetáculos do seu criador e tão popular que este
ao convidar o público a cantar consigo o refrão, costuma calar-se e fica a audiência
a cantar a letra, sem mais ajudas e sem hesitações.
Frederico de Brito, além de notável letrista, compositor, poeta com obra publicada
era muito habilidoso de mãos.
Conta Carlos do Carmo que, em reconhecimento pela popularidade alcançada por este fado
«Britinho» (assim era carinhosamente tratado no meio fadístico) construiu um modelo de
canoado Tejo, à escala, muito bem feito, e ofereceu-lho.
Na vela, pôs o seguintes dizeres: «Frederico de Brito sonhou, Carlos do Carmo cantou».
Por ocasião do famoso programa televisivo Zip-Zip, Carlos do Carmo, entrevistado numa
das sessões levou a canoa feita por Frederico de Brito, entretanto já falecido
e mostrou-a. No meio da azáfama própria dos bastidores de teatro, após a gravação do programa a canoa foi roubada.
Apesar de insistentes apelos posteriores, nunca mais foi devolvida, desconhecendo-se o seu paradeiro.