Repertório do autor
Quando a noite promete lançar-me
Na senda do frio
Quando a calça molhada p'la água
Quando a chuva se atreve no rosto
Gelado e cansado
E a névoa da montra reflete
Meu olhar vazio
Porque a olho e não vejo senão
O rosto do pecado
Quando a calça molhada p'la água
Que o vento me atira
E o corpo reclama a atenção
E o corpo reclama a atenção
Que o pensamento nega
É que eu sinto que às vezes
É que eu sinto que às vezes
A alma de mim se retira
E suspensa só espera um sinal
E suspensa só espera um sinal
Para a última entrega
Quando o asfalto molhado recusa
Quando o asfalto molhado recusa
O descanso breve
E o cansaço me toma nos braços
E o cansaço me toma nos braços
Das sombras que assomem
A criança que fui volta a mim
A criança que fui volta a mim
E os sonhos que teve
São a voz do menino que pede
São a voz do menino que pede
Não queiras ser homem
Quando a angústia gastar o meu tempo
Quando a angústia gastar o meu tempo
E a minha coragem
De não querer nem sequer resistir
De não querer nem sequer resistir
Ao caminho traçado
Não há chuva, nem vento, nem frio
Não há chuva, nem vento, nem frio
Que me impeça a viagem
E eu serei apenas a lembrança
E eu serei apenas a lembrança
De um triste pecado