Dos momentos impiedosos
Que escurecem o deserto
Do meu torturado peito
Há dois que são dolorosos
De manhã, quando desperto
Á noite, quando me deito
É que nesses dois momentos
Tenho á força que te ver / E lembrar o que foi nosso
E luto para esquecer / Mas francamente não posso
Nos domínios da loucura
Brilha o fogo numa crença / Que nos persegue veloz
Que sentirmos a presença / De quem está longe de nós