Repertório
de Manuel de Almeida
Onde
tens teu coração, meu amor
Que
assim tanto me tortura
Será
que o terás esquecido
Ou
anda perdido à tua procura
Acompanho
dia a dia, sem canseira
Todos
os passos que dás
E
ao passar à minha beira
Tu
segues ligeira sem olhar
Tu já não tens coração
A quem o deste não sei
Quis conquistá-lo p’ra mim
Procurei, mas no fim
Não
encontrei
Se outro homem to roubou
Há-de pagar-me a traição
Pois hei-de fazer-lhe ver
Que não posso viver
Sem o
teu coração
Vê
lá se o deste a alguém, que o levou
E
brinca com ele, agora
Há
quem junte corações aos montões
P’ra
depois os deitar fora
Chamo
p’lo teu coração, sem saber
Onde
está, onde se esconde
A
esperança diz-me que não