Repertório de João Braga
Num beco da ribeira, junto ao rio
A chuva miudinha, ancestral
Num restaurante antigo, agora aberto
Camilo escreve um artigo de jornal;
Enquanto aguarda um tipo pró bater
Vai ao Majestic muito queque
O Gomes marca um golo divinal
Fintando o guarda-redes e o beque
E um fadista numa tasca ali ao pé
Canta a história do Simão
Do amor de perdição
Que é aquilo que o Porto é
A Gaia tão inglesa chega o vinho
Rabelo, do Pinhão para o estrangeiro
Pedroto vai ás Antas e a caminho
Saúda D. Afonso, o rei primeiro;
Que em busca de Lisboa, do amor
De uma maometana, passa o Freixo
Enquanto com o Eça, o Ramalho
Come um par de filetes no Aleixo
O Porto de um poema do Eugénio
De Andrade, tão sentido pelo Tê
Do Douro, das barcaças, dos franceses
Da ponte D.Luiz que o Eiffel fez;
Enquanto conversava com o Oliveira
Manuel, não com u mas com um ó
O Benfica perdia no Salgueiros e
E ele filmava o Aniki e o Bobó
Vai ao Majestic muito queque
O Gomes marca um golo divinal
Fintando o guarda-redes e o beque
E um fadista numa tasca ali ao pé
Canta a história do Simão
Do amor de perdição
Que é aquilo que o Porto é
A Gaia tão inglesa chega o vinho
Rabelo, do Pinhão para o estrangeiro
Pedroto vai ás Antas e a caminho
Saúda D. Afonso, o rei primeiro;
Que em busca de Lisboa, do amor
De uma maometana, passa o Freixo
Enquanto com o Eça, o Ramalho
Come um par de filetes no Aleixo
O Porto de um poema do Eugénio
De Andrade, tão sentido pelo Tê
Do Douro, das barcaças, dos franceses
Da ponte D.Luiz que o Eiffel fez;
Enquanto conversava com o Oliveira
Manuel, não com u mas com um ó
O Benfica perdia no Salgueiros e
E ele filmava o Aniki e o Bobó
Num beco da Ribeira, junto ao rio
A chuva miudinha, ancestral
Num restaurante antigo, agora aberto
Transcrevo este retrato original;
Ditado por Camilo a Ana Plácido
Do fundo do cárcere ignominioso
Com letra dum poeta marginal
E música do Braga ou do Veloso