Ary dos Santos / Carlos Alberto Moniz
Repertório de Carlos do Carmo
Já nascem as belas-donas, já estão
Na cinza dos meus cabelos, outono
Chove dentro do meu coração
Cerrado, que não tem dono
Cerrado, qua não tem dono, outono
Coração pedra queimada, marcada
Por tantas noites sem sono
Á espera da madrugada
Tirando as aspas dos olhos
Do grande mar da minha distância
As aspas dos ananases
São as espadas da minha infância
São as ilhas dos Açores
A ilha dos meus amores
E o azul a que pertences
O azul dos olhos, a côr das hortenses
Lonjura da minha ilha presente
Na dôr de uma rosa emigrada, resiste
Lava lavando a alma da gente
Vulcão dum homem triste
Vulcão duma ilha deserta de mim
Desde que foste naquele vapor
Menina do mar sem fim
Cercada por água amor