Repertório de António Pinto Basto
Sobre a blusa branca o xaile azul
Como quem nos ombros traz o céu
Abres a cancela ao vento sul
A morder a aba do chapéu
Chegas coradinha, talvez do calor
Chegas coradinha tal qual a romã
Chegas coradinha talvez seja amor
Chegas coradinha talvez seja amor
Chegas coradinha do ar da manhã
Chegas tão bonita, cheiras a alecrim
És erva do monte, pedra no caminho
A roupa de chita, a pele de cetim
A roupa de chita, a pele de cetim
És água da fonte, flor de rosmaninho
Tal como a papoila do trigal
Tens poeira de oiro no perfil
Enrolaste o pão no avental
Apoiaste a cesta no quadril
Chegas coradinha talvez do calor
Tal como a papoila do trigal
Tens poeira de oiro no perfil
Enrolaste o pão no avental
Apoiaste a cesta no quadril
Chegas coradinha talvez do calor
Chegas coradinha tal qual a romã
Chegas coradinha, talvez seja amor
Chegas coradinha, talvez seja amor
Chegas coradinha do ar da manhã
Chegas tão singela, tão cheia de sol
Bates á janela, p'ra dizer bom dia
És o meu poema, o meu lá bemol
És o meu poema, o meu lá bemol
Enches de alfazema esta nostalgia
Tens florinhas soltas de lilás
Na trança que teima em desmanchar
És a melhor fruta do cabaz
A mais sumarenta do pomar
Na trança que teima em desmanchar
És a melhor fruta do cabaz
A mais sumarenta do pomar