Versão do repertório de Augusta Ermida 
Criação de Mirita Casimiro na opereta *Colete encarnado*
Teatro Apolo 1940
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
Num beco da Mouraria 
Onde a alegria do sol não vem 
Morreu Maria Severa 
Sabem quem era? 
Talvez ninguém!
Uma voz sentida e quente 
Que hoje à terra disse adeus 
Voz saudosa, voz ausente 
Mas que vive eternamente 
Dentro em nós e junto a Deus 
Além nos céus 
Bem longe onde o luar 
E o azul tem mais luz 
Eu vejo-a rezar 
Aos pés duma cruz 
Guitarras trinai
Viradas p'ró céu 
Fadistas chorai
Porque ela morreu 
Caiu a noite na viela 
Quando o olhar dela deixou de olhar 
Partiu p'ra sempre vencida 
Deixando a vida que a fez chorar 
Deixa um filho idolatrado 
Que outro afeto igual, não tem 
Chama-se ele “o triste fado” 
Que vai ser desse enjeitado 
Se perdeu o maior bem? 
O amor de mãe
Como se viu no comentário anterior, Mirita Casimiro era filha e neta de cavaleiros tauromáquicos.
Mais uma vez, a opereta em que criou este conhecido fado tinha um título bem ligado à sua ascendência: Colete Encarnado.
A intensidade dramática desta letra e a evocação que faz da morte de uma figura fundadora do Fado culminam com a alegoria 
de considerar a Severa como mãe do Fado, pondo-se em dúvida o destino deste após o desaparecimento da metafórica mãe.
Estes ingredientes poéticos aliados à inspirada música que Raul Ferrão para eles compôs são responsáveis pela extraordinária longevidade deste fado.
 
 
 
