Tanta fala à gente chique
Como aos homens mais boçais
As notícias actuais
Dá-nos ela, dia a dia
Mas disto, que nos avia
Não sabe menos mem mais
Sempre que a vejo no seu jeito malandrão
Bradando aos céus um pregão
Que a terra faz estremecer
Pressinto logo, nesse grito desvairado
Um coração revoltado
Com mil coisas p'ra dizer
A Camélia dos jornais
Tem uma história também
História de mulher e mãe
Que pouco importa aos demais
P'ra quê contar coisas tais
A gente que não entende
Que nem sequer compreende
Os seus pregões colossais
Quando a Camélia por mim passa, apregoando
Fito os seus olhos brilhando
Se aquele pregão, tão triste, embora estridente