David Mourão Ferreira / Miguel Ramos *fado margarida*
Repertório de Francisco Pessoa
Tu vens todos os dias à noitinha
Saber se eu não parti, se ainda aqui estou
E quando vens de preto, és andorinha
E quando vens de branco, o céu mudou
No teu vestido preto, a primavera
É quase tão cruel como um insulto
Mas a minh’alma nunca desespera
De procurar em ti um céu oculto
Tu vens todos os dias à noitinha
E despes-te com tanta lentidão
Com tanta lentidão que se adivinha
A forma do teu próprio coração
E quando vais, é já noite fechada
Não sei se vou ficar, se vou sair
Não posso ter a alma sossegada
Sem saber se amanhã tornas a vir