Paulo Abreu de Lima / Fernando Alvim
Repertório de António Zambujo
Portas abertas, vidas despertas
Sonhos desfeitos na cor
Juras, promessas, becos, travessas
Falsas premissas de amor
Vícios baratos em corpos gastos
De tantos copos de Gin
Gritos sem voz dentro de nós
Nas madrugadas sem fim
Sou da noite filho predileto
Condenado à sina do cantor
Trato das palavras com afeto e amor
Como a florista a uma flor
Chego a casa morto de cansaço
Com saudades muitas de te ter
Mas do teu ciúme que renega o abraço
És mulher que cega ou não quer ver
Voltei ao bar para afogar
Eternas sedes de ti
Na mesa farta de outra mulata
Que foi cama onde dormi
Morde e abusa, rasga a blusa
E diz-me sempre que sim
Nos desvarios de amores vadios
Com princípio meio e fim