Repertório de Célia André
Este “fado-marcha” estreou no Teatro ABC, na revista
“Lisboa Meu Amor”, 1992
Tem por brasão a nobreza
De ser povo, simplesmente
Tem Lisboa, com certeza
Esta realeza, de saber ser gente
Tem um vestido rendado
Todo bordado a maresia
Que traz do seu baptizado
Quando lhe foi dado
O nome de Maria
Esta Maria cidade
É tão linda que magoa
Apesar da sua idade
Tem a mesma mocidade
É tão menina Lisboa
E quando se acende a lua
Sua voz na rua entoa
Não há Lisboa sem marcha
Não há marcha sem Lisboa
Para mostrar que é rainha
Tem o seu porte altaneiro
Não gosta de andar sozinha
Por isso há noitinha
Sai com o povo inteiro
Que ninguém lhe chame sua
Pois Lisboa, simplesmente
À luz do sol ou da Lua
Ela é minha e tua
É de toda a gente