Vinícius de Moraes / Baden Powell
Repertório de João Braga
Ah, meu amor não vás embora
Vê a vida como chora
Vê que triste esta canção
Ah, eu te peço, não te ausentes
Porque a dor que agora sentes
Só se esquece no perdão
Ah, minha amada me perdoa
Pois embora ainda te doa / A tristeza que causei
Eu te suplico, não destruas
Tantas coisas que são tuas / Por um mal que já paguei
Ah, meu amado se soubesses
Da tristeza que há nas preces / Que a chorar te faço eu
Se tu soubesses, um momento
Todo o arrependimento / Como tudo entristeceu
Se tu soubesses como é triste
Eu saber que tu partiste / Sem sequer dizer adeus
Ah, meu amor, tu voltarias
E de novo cairias / A chorar nos braços meus
*Soneto declamado*
De repente, do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente, da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a ultima chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sózinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo, o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente