Repertório de Alfredo Marceneiro
Que sorte que Deus me deu
Que p'ra sempre hei-de lembrar
Embora não seja ateu
Julguei encontrar o céu
Na expressão do teu olhar
Mas deitaste-me ao deserto / Neste mundo enganador
Hoje o teu olhar incerto / Já não é um livro aberto
Onde eu lia o teu amor
Enganaste os olhos meus / Nunca mais te quero ver
Meus olhos dizem-te adeus / Teus olhos não são dois céus
São dois infernos a arder
Coração p’ra amar a fundo / Outro coração requer
Se há tanta mulher no mundo / Vou dar este amor profundo
Ao amor doutra mulher
Que sorte que Deus me deu
E que sempre hei-de lembrar
Embora não seja ateu
Julguei encontrar o céu
Na expressão do teu olhar
Neste mundo, mar de escolhos / Unimos nossos destinos
E nesta vida de abrolhos / Para mim teus lindos olhos
Eram dois céus pequeninos
No espelho do teu olhar / Vi dois céus em miniatura
E para mais me encantar / Vão-se neles mirar
A minha própria ventura
E tão mística atracção / Tinha o teu olhar profundo
Que em sua doce expressão / Era um manto de perdão
Sobre as misérias do mundo
Mas deitaste-me ao deserto / Deste mundo enganador
Pois o teu olhar incerto / Já não é um livro aberto
Em que eu lia o teu amor
Enganaste os olhos meus / Nunca mais te quero ver
Meus olhos dizem-te adeus / Teus olhos não são dois céus
São dois infernos a arder
Coração para amar a fundo / Outro coração requer
Se há tanta mulher no mundo / Vou dar este amor profundo
Ao amor doutra mulher