Letra e música de Jorge Atayde
Repertório
de Maria Armanda
Exploraram o teu torrão
E prometeram-te amor
Tragaste o duro pão
Choraste de raiva e de dor
Andavas de pé descalço
Davas teu braço sem seres ninguém
A esperança já a perdias
Porque não crias no crer d'alguém
Criança negra
Tragaste o duro pão
Choraste de raiva e de dor
Andavas de pé descalço
Davas teu braço sem seres ninguém
A esperança já a perdias
Porque não crias no crer d'alguém
Criança negra
Que não conheceste os pais
Tens pele de seda
Tens pele de seda
E sentir como as demais
Criança muda
Criança muda
Por ouvir e não falar
Queriam-te surda
Queriam-te surda
P'ra morreres a trabalhar
Venderam o teu manjar
E fomes te deram de troco
Calaram o teu pensar
Falaram-te ao murro e ao soco
Dormiste de fatigada de maltratada
No teu chão quente
Gritaste pró mundo ouvir
Venderam o teu manjar
E fomes te deram de troco
Calaram o teu pensar
Falaram-te ao murro e ao soco
Dormiste de fatigada de maltratada
No teu chão quente
Gritaste pró mundo ouvir
P'ra alguém sentir que eras gente